sábado, 27 de junho de 2009

Meus 8 anos.....

Oh! que saudade que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, naquelas tardes fagueiras à sombra das bananeiras, debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias do despontar da existência! _Respira a alma inocência como perfumes a flor. O mar é lago sereno, o céu um manto azulado, o mundo um sonho dourado, a vida um hino de amor!

Que auroras, que sol, que vida, que noites de melodia naquela doce alegria, naquele ingênuo folgar! O céu bordado de estrelas, a terra de aromas cheia, as ondas beijando a areia e a lua beijando o mar!

Oh dias da minha infância! oh! meu céu de primavera! Que doce a vida não era nesta risonha manhã! em vez das mágoas de agora, eu tinha nessas delícias de minha mãe as carícias e beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas, eu ia bem satisfeito, da camisa aberto o peito, _ pés descalço, braços nus, correndo pelas campinas á roda das cachoeiras, atras das asas ligeiras das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos ia colher as pitangas, trepava a tirar mangas, brincava a beira do mar; Rezava às ave-Marias, achava o céu sempre lindo, adormecia sorrindo e despertava a cantar!

Oh! que saudades que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais! - que amor, que sonhos, que flores, naquelas tardes fagueiras à sombra das bananeiras, debaixo dos laranjais!
Cassimiro de Abreu

Com certeza todos que ler este poema relembra um pouco do seu passado.

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