domingo, 13 de dezembro de 2009

O Ano em Que Meus Pais Sairam de Férias


O ANO EM QUE MEUS PAIS SAIRAM DE FÉRIAS, O. Direção: Cão Hamburger. Roteiro: Cláudio Gasperin, Bráulio Mantavani, Anna Muylaert e Cão hamburger, Brasil: Buena Vista Internacional, 2006.
A maioria dos filmes brasileiros procura retratar nossos problemas políticos e sociais, O ano em que meus pais saíram de férias não é diferente. E uma história muito emocionante, porque os pais de Mauro (Michel Joelsas) estão fugidos da polícia por ser militantes de esquerda.
Uma história acompanhada pelos olhos de Mauro, filho único deixado aos cuidados do avô para que seus pais possam sair "de férias". Ao longo do trajeto, o nervosismo dos pais ao passar por uma tropa de militares denota as férias como forçadas. Mauro, no banco de trás, olha para os soldados da mesma forma que admira os prédios altos de São Paulo, através do vidro do carro.

Chegando ao prédio do avô – um edifício habitado predominantemente por famílias judaicas Mauro descobriu que seu avô havia falecido. O garoto será adotado pelo vizinho Shlomo (Germano Haiut), e aos poucos por todo o resto da comunidade, até que seus pais retornem. A maior preocupação na vida de Mauro uma criança de 12 anos, pouco tem a ver com a ditadura militar que impera no País: seu maior sonho é ver o Brasil tricampeão mundial de futebol.
De repente, ele é separado dos pais e obrigado a se adaptar a uma estranha e divertida comunidade - o Bom Retiro, bairro de São Paulo, que abriga judeus, italianos, entre outras culturas. O garoto queria treina futebol para jogar de qualquer forma, mas o avô não se encontrava para ajudar o seu neto. Seus pais não têm previsão para voltar, ele não consegue entrar em contato, e agora o que Mauro vai fazer? As pessoas que agora são responsáveis por ele não estavam nem um pouco preparadas.
Ele acaba se aproximando de um velho judeu (Shlomo) e de um grupo de garotos que moram no mesmo prédio, criando amizades importantes, mas frágeis, já que as únicas coisas que aparentemente alegram o menino é o futebol, e a expectativa de que seus pais o levarão o mais breve possível para casa.

Bem este filme veio coroar, este fantástico ator que desde criança começou a sofrer as conseqüências da vida, ser deixado pelos pais e ter que correr atrás dos seus sonhos. Ao assistir o filme fiquei, comovida com a história de Mauro, deu para perceber a importância de se fazer o que gosta. Às vezes abrimos mão de alguma coisa para realizar outra por falta de oportunidades, mas quando surge a oportunidade de fazer o que queremos a história realmente é outra. Eu não era muito fã de filmes nacionais depois desta produção pretendo assistir todos. Tive uma grande surpresa quando soube que este filme foi indicado para um premio como uns dos filmes internacionais.
O filme aconteceu em 1970, ano em que a seleção brasileira ganhou o tricampeonato, apesar de ser um ano de muita alegria para os brasileiros, foi também um ano bastante marcado pela ação da ditadura militar, e mesmo sendo criança Mauro consegue entender toda aquela confusão que estava acontecendo, superando todas as dificuldades. Recomendo este filme, Para todas as séries, famílias, escola e comunidade. Porque é uma verdadeira história de vida, são cenas reais da época. Assista também, acredito que não irá se arrepender.
Este filme nos mostrou uma realidade vivida no Brasil da época, mas que não tirou o encanto que é ver crianças sonhando com o futuro e saber que um país se torna um só quando der oportunidades para as pessoas realizarem seus sonhos, foi muito legal. Retratou de forma perfeita a vida do Menino numa época muito importante da história Brasileira. Descreve bem os problemas do garoto e traz de volta a copa de 70! Para quem gosta de histórias comoventes e atraentes, vale a pena assistir mais vezes!

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